quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012


 O QUE DE FATO ACONTECEU NO DIA DE    PENTECOSTES? 

Em Atos 2, encontramos o cumprimento (em parte) da profecia do profeta Joel (Jl 2. 28-32) que vaticinou o derramamento do Espírito Santo. Tenho ouvido muitos irmãos, pastores, mestres interpretarem e ilustrarem este texto sagrado das mais variadas maneiras. Uns dizem que no referido dia os discípulos andavam cambaleando como bêbados (uns dramatizam um bêbado cambaleando) e que por isso diziam que eles estavam embriagados. Outros pregadores mais inflamados dizem que tinha discípulo rodopiando na unção, plantando bananeira, outros de braços abertos na “unção do aviãozinho” crentes saltavam como uma gazela sobre os montes, outros eram lançados no chão de tanto poder. Há quem vá mais além dizendo que a irmã Maria (mãe de Jesus) sapateou tanto que ninguém podia segurá-la, porque estava cheia do poder. Enfim, o que ouvimos ser pregado em nossas igrejas é que houve um grande reteté de fogo um reboliço. Todavia, entre tantas, faço duas perguntas: ate que ponto podemos ilustrar uma mensagem? Realmente houve tudo isso em Jerusalém no dia de Pentecostes?

Não quero com essa análise dizer que estou certo e os demais irmãos estão errados, mas é preciso examinar as Escrituras Sagradas dentro das regras de interpretação para sabermos o que de fato está escrito, e se as ilustrações estão coerentes. Vamos analisar sem preconceitos, sem ódio e sem rancor o que de fato aconteceu em Atos 2, e aplicar as ilustrações coerentes.

1- Os discípulos e demais irmãos, quando estavam reunidos, veio do céu um som semelhante a um vento e não um vento propriamente dito. Uns pregam que o vento soprou muito forte naquele dia (v.1-2).

2- Quando todos foram cheios do Espírito, passaram a falar em outras línguas, ou seja, línguas idiomáticas e não estranhas porque os habitantes de outras nações entendiam. Até mesmo porque a palavra estranha não consta na Bíblia, mas sem problema a usamos para identificar as línguas que não entendemos, as línguas provenientes do Espírito Santo de Deus. Foi a estratégia do Espírito para se fazer saber as grandezas de Deus entre aqueles povos de diferentes nações que se reuniram para celebrar a festa do pentecoste. Ate aqui não encontramos nada de reteté, reboliço, crentes fora de si. Só falavam aquilo que o Espírito lhes concedia que falassem. É claro que todos se alegraram no Espírito por tão grande maravilha está acontecendo entre e com eles. Alegria esta de estarem sendo usados para transmitir a palavra de Deus e o resultado foram quase três mil almas pra Jesus, glórias a Deus (v.5-8).

3- Não eram todos, mas apenas alguns zombavam e diziam que estavam embriagados. Aqui é o ponto principal que analisaremos. Eu pergunto: as pessoas ficaram admiradas com a maneira que eles falavam ou com a maneira que eles andavam, e cambaleavam? Isso mesmo, com a maneira que eles falavam. Muitos ao analisarem esse ponto, só observam a forma de um bêbado caminhar, e esquecem de como um bêbado fala. Você já observou como uma pessoa embriagada fala? Quase não entendemos nada porque a língua parece estar embolada, digo isso por experiência própria antes de aceitar a Jesus como meu Salvador e Senhor. Então amados, a ilustração que cabe aqui é a ênfase no falar e não no caminhar. Vamos ilustrar; quando digo vamos, é porque você é livre pra pensar, livre para concordar ou discordar, livre pra me questionar... Mas uma coisa é certa, a Palavra de Deus é que é a verdade e esta acima de tudo e de todos. Como diz o ( Salmo 119, 140): A tua palavra é fiel a toda prova, por isso o teu servo a ama. E (João 17, 17) Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. Ilustremos: uma pessoa dizia a outra: Não estou entendendo nada que esse homem (Pedro) me diz, agora que são nove horas da manhã e elas já estão embriagadas! Eles beberam tanto que a língua perece esta grossa! Mas já aquele outro (João) estou entendendo, mas como pode ele sendo judeu ta falando a minha língua? Se não estão bêbados o que esta acontecendo aqui afinal? E em meio às indagações Pedro prega uma mensagem cristocêntrica, sem malabarismos, sem fantasias e sem sensacionalismo. Ele não se ensoberbeceu com o dom de Deus e suas revelações. Pedro não fez marketing de si mesmo ou da igreja primitiva. Como João Batista, ele diminuiu para que Jesus pudesse aparecer. Pedro poderia muito bem como fazem alguns “pregadores e pastores” se aproveitarem da situação, do momento para lançar os famosos “desafios de fé” para extorquir dinheiro do povo de Deus.

O que mais acontece hoje é a distorção dos Textos Sagrados para adequá-los ao que agrada ao pregador e ao seu público. Ilustrar é muito bom, facilita o entendimento, a mensagem fica mais agradável. Jesus usou parábolas para facilitar o entendimento daqueles que o ouviam. Na minha concepção, a ilustração deve ir ate aonde não distorça aquilo que é doutrina, aquilo que é inegociável, exagerar a ponto de depor contra a nossa fé, ou seja, a ilustração não deve ser aceita quando venha mudar o sentido do texto dando outro significa que não é o que realmente ele quer nos ensinar.

Com temor e tremor

Dc. Ronildo Chaves

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